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segunda-feira, novembro 13, 2006

AVIAÇÃO

Pelé e seus companheiros desembarcam. Depois avião decola e cai!
Uma forte explosão, labaredas subindo para o céu, gritos apavorados dos moradores das casas do bairro da Cidade Universitária, atingidas por este aparelho Viscount da Vasp, prefixo PP-SER, numa noite de domingo, 15 de setembro de 1968, às 21h05. Fez um vôo do Rio para São Paulo trazendo a delegação do Santos. Logo após, decolou para fazer um vôo de treinamento, cair, matar e produzir histórias incríveis, como nos filmes de ficção.
Nem os melhores escitores de ficção, escreveriam uma história que se aproximasse dos fatos reais que envolveram este acidente: 1- Depois de chegar do Rio de Janeiro, o comandante Neutel de Santa Fé Filho, era um homem aposentado.
Nem desceu do avião para receber os cumprimentos dos colegas. Movido pela paixão pela aviação, preferiu permanecer na cabine, sem nenhuma obigação, para após três minutos, decolar para acompanhar o vôo de treinamento do comandante Freire. O Viscount decolou, e o vôo extra do aposentado Neutel, acabou na verdade se transformando em mais uma aposentadoria, a do plano terreno. Morreu ao lado do seu companheiro Freire. 2- Mais uma revelação desse acidente. Depois de me dirigir na manhã de 2a. feira ao local da tragédia os corpos dos pilotos já haviam sido retirados. Fiquei sabendo por um sargento da FAB que o Santos havia chegado naquele avião, embarcando depois do jogo com o Vasco. Nesse momento não mais um avião, mas montão de ferros retorcios e chamuscados. Ao me dirigir a um restaurante da rua Alvarenga o acaso me pôs em contato com dona Maria Aparecida de Lacerda Monteiro, cuja a edícula de seu sobrado à rua Gaspar Moreira, 511 havia sido a mais atingida. Momentos depois, ela me fez esta emocionada narrativa:
“Minha família estava reunida na edícula onde morava nossa empregada Etelvina, uma pessoa que, por estar conosco havia muitos anos já fazia parte da família. A certa altura, resolvemos ir para casa, um sobrado na parte da frente. O meu filho caçula assistia a um programa na televisão. Pedi para ele ir conosco, mas ele insistiu em ficar, porque estava gostando de um programa e queria ver o seu desfecho. Eu e meu marido fomos para casa, cedendo à insistência dele. Já em casa, sentia alguma coisa que me dizia: Tira o seu filho de lá!’. Essa sensação foi aumentando, e me empurrou a ir buscá-lo. Determinada, consegui arrastá-lo para casa. Minutos depois, o avião caiu, provocando terror e violentos estrondos. Através das janelas, podíamos ver nosso sobrado cercado por labaredas e fortes explosões. Num segundo, tudo se transformou num verdadeiro inferno! Tenho a lamentar a perda de nossa empregada; porém, não posso esconder a felicidade de ter salvado meu filho.” 3- Quanto valem aparentes e insignificantes 3 minutos? Foi o tempo em que o avião ficou no solo para desembarcar vidas preciosas, e iniciar um otro vôo de aproximadamente 3 minutos, quando ele caiu e explodiu, levando à morte 3 vidas preciosas.
3 minutos se passaram desde que dona Maria teve a intuição de tirar o filho da edícula, e levá-lo quase arratado para o sobrado. Fatos como estes são sempre enigmáticos e polêmicos, e são rotulados de destino, sorte, azar, coincidência, circunstâncias.. . (?)

2 comentários:

  1. Caro Sr.
    Parabéns por esse furo, pois apesar de antigo, para mim foi uma revelação.Nessa época eu morava em São Paulo, e mesmo lendo jornal diáriamente, desconhecia até o presente momento que o Rei do futebol esteve tão perto de morte trágica.
    Mauro da Silva Prado
    Campinas-SP

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  2. Prezado e grande reporter

    Muito interessante o seu blog. Todo dia tem um assunto novo escrito com muita arte e talento. O de hoje " Aviação" está supimpo e a unica resposta que eu encontro é a certeza que ninguem morre na vespera.
    Parabens, um grande abraço
    Maria Gilka.

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