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quarta-feira, setembro 20, 2006

Transar com o estômago cheio é lance perigoso ?

Quando trabalhei no setor de esportes da TV Cultura - Canal 2, nos anos de 72 e 73, tive a oportunidade de conhecer melhor o famoso técnico Oswaldo Brandão. Numa manhã de 2ª feira, após ter gravado o "Hora do Esporte", comandado por Orlando Duarte, parou na minha sala, e iniciamos um delicioso e descontraido bate papo, em que ele me contou muita coisa sobre as malandragens do velho futebol. O papo além de longo, foi tão saboroso que quase esqueci de almoçar. Com sua larga experiência, matreiro mas um cara sensacional, ouvi muitas mumunhas de craques famosos, e aproveitei para tirar duas dúvidas. A primeira: Se havia sido ele o primeiro técnico a convocar Zico para a seleção? Brandão confirmou: "Quando cheguei no Rio para fazer uma convocação, grande parte da torcida carioca dizia que Zico era "pipoqueiro" e que só jogava no Maracanã. Pensei: Santo Deus como eu queria ter esse pipoqueiro em cada time que eu tivesse de treinar, e o convoquei pela primeira vez em 1976 para a nossa seleção. A sua estréia aconteceu diante da insasiável torcida paulista, no magro empate contra a Checoslováquia em 1 a 1. Ele deixou o campo sob aplausos. Desde desse dia, a camisa 10 da seleção passou a ter um só dono: Zico!"
A segunda pergunta foi esta: "Seo Oswaldo o senhor é favorável que o jogador tenha relações sexuais na véspera de uma partida?" "Sim. Desde que não atrase o início do jogo" Depois foi explicando como o jogador era ardiloso quando estava a fim de transar, e que invariávelmente isso acontecia numa noite de sábado, com o elenco concentrado. Contou como era feito o pedido: "Professor, um amigo acabou de me ligar dizendo que me trouxe um presente do exterior. Será que o senhor me liberava após o jantar para eu ir buscar o presente?" Como os atletas eram menos esclarecidos do que os de hoje, eles conservavam certas convicções que com o tempo cairam por terra. Por isso no jantar, o atleta do tal presente, ficava na mira de Brandão. Se ele comia pouco, ele sabia que o presente era outro. Com medo da congestão, ele dava uma lambiscadinha na comida e era o primeiro a deixar a mesa. "Depois, quase sempre de cabeça baixa se dirigia a mim para dizer:" "Então eu já vou indo seo Brandão" Com o seu olhar matreiro Brandão só fazia este pedido: "Tá certo, mas volta máximo até 10h."
"E ele chegava, perguntei?" "Claro, você acha que ele ia perder uma próxima chance." "E como era a atuação dele no dia seguinte?" "No dia seguinte, ele comia de novo, só que dessa vez a bola que não tem um couro tão macío como o outro."

Oswaldo Brandão além de grande técnico, foi um bom psicólogo por temperamento. Nasceu em Taquara nas lindas Serras Gaúchas no ano de 1916 e faleceu em São em 1989, após décadas de total dedicação ao futebol. Só não dirigiu mais vezes a Seleção Brasileira, não por capacidade, mas por não ter se radicado no futebol carioca. No Brasil só atuou em clubes paulistas: Palmeiras (onde dirigiu a famosa academia), Corinthians, São Paulo, Botafogo de Ribeirão e Portuguesa Santista. No exterior: Penãrol do Uruguai e Independiente da Argentina. Conquistou no total treze títulos, merecendo mais destaques, o do IV Centenário pelo Corinthians, a Libertadores pelo Penãrol e o Torneio do bicenenário da Independência dos EUA, dirigindo a nossa Seleção.

2 comentários:

  1. É interessante saber estes detalhes de bastidores.As suas reportagens são pitorescas e deliciosas, fiquei fã do seu "Blogger"...

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  2. Vc esqueceu do título paulista de 1977 ganho pelo Corinthians contra a Ponte Preta sob o comando desse grande técnico e professor no sentido literal que era o "mito" Oswaldo Brandão...

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