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sexta-feira, setembro 29, 2006

Acidentes aéreos dos meus arquivos (caso 1)

Vi este avião caindo nas proximidades de Congonhas

Quem atua no jornalismo, está constantemente envolvido com os mais diversos acontecimentos. Muitas vezes, até nos momentos de folga, participam de acontecimentos inesperados. No dia 15 de janeiro de 1963, por volta de 16h chovia forte sobre o bairro do Aeroporto, em São Paulo, onde também estava a sede das Emissoras Unidas. Depois que saí de casa, a chuva aumentou. Fui obrigado a me proteger sob um toldo de uma pequena loja. Enquanto esperava a chuva diminuir, chamou-me a atenção um “Convair 340” da extinta Cruzeiro do Sul, voando muito baixo, e completamente fora da posição habitual para procedimento de pouso. Eu morava num sobrado que ficava há uns 500 metros das cabeceiras das duas pistas de Congonhas, por isso, conhecia sobejamente todos os procedimentos para pousos e decolagens das aeronaves. Vi o “Convair 340”, e percebi que ele estava em dificuldade. O impacto com o solo aconteceu segundos depois, segundo depoimentos.
A chuva finalmente deu uma trégua. Curioso, me dirigi para os estúdios da Rádio Panamericana, (atual Jovem Pan), e vi em ação toda a equipe de reportagens, dando às primeiras informações sobre o acidente. Ao encontrar o primeiro colega, fui perguntando e antecipando a resposta: “Por acaso, não foi um Convair da Cruzeiro, que se acidentou?” O sinal do companheiro Aluane Neto foi positivo. Mesmo sendo meu dia de folga, passei imediatamente a integrar a equipe que já estava prestes a se dirigir para o local, na viatura da Jovem Pan e TV Record. Era um local com muitas casas, no bairro do Jabaquara, na direção da cabeceira Sul da pista, perto do local, onde 36 anos depois, em 1999, caiu o Fokker-100 da Tam. Eram inúmeros os veículos que se dirigiam para o mesmo local, obrigando-nos a reduzir a velocidade para não atropelar centenas de curiosos, que congestionavam as estreitas ruas de acesso ao local do sinistro.
A notícia do acidente: Eram mais ou menos 16h quando o Convair-340, da Cruzeiro do Sul, prefixo PP-CEV, após decolar da cabeceira norte do aeroporto de Congonhas, para realizar mais um vôo da ponte-aérea, imediatamente apresentou pane em seu motor esquerdo. O comandante Carlos Alberto Souza, iniciou um retorno de emergência ao aeroporto, mas não conseguiu manter o contole sobre a aeronave que passou fora de posição, baixo, sobre o bairro do Planalto Paulista (*foi o momento em que o vi). Ao fazer a curva para alcançar a cabeceira Sul, no bairro do Jabaquara, não mais conseguiu controlar a aeronave, que caiu sobre algumas residências há menos de 2 km da cabeceira da pista. (* o grifo é meu).
O Convair transportava 35 passageiros, incluindo a tripulação, e matou o co-piloto Pedro Paulo de Morais, 13 passageiros, entre eles o deputado Miguel Bahury, que integrou comissões parlamentares criadas para examinar a segurança na aviação comecial brasileira, e mais duas pessoas que foram atingidas em suas casas pelo impacto do avião. Entre os sobreviventes, o ator e comediante Renato Consorte - sem trocadlhos -. Anos mais tarde meu colega na TV Cultura e a cantora Luciene Franco, que fazia enorme sucesso com a música: "Gente Maldosa", incluida quase diáriamente no programa: "Os grandes sucessos musicais" da atual Jovem Pan, que muitas vezes, eu e os meus colegas tivemos a oportunidade de anunciar.

9 comentários:

  1. esta ecelente, este artigo...
    Beijo

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  2. O avião em questão era um Convair 240 e não 340 como relatado. Não tira o mérito do relato, apenas um detalhe.

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    1. O avião acidentado, fabricado em 1953 era Convair CV-340-59, PP-CDW.

      http://aviation-safety.net/photos/displayphoto.php?id=19630503-0&vnr=1&kind=PC

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  3. Lembro-me muito bem desse dia. Eu e meu irmão estávamos, irresponsavelmente, brincando na torre da Igreja Sta. Rita de Cássia, ainda em construção, quando o Convair da Cruzeiro passou muito próximo de nós fazendo um barulho ensurdecedor. Tudo estremeceu. Eu e meu irmão ficamos paralisados agarrados ao madeiramento que fazia parte da construção observando pasmos a aeronave, que fez uma curva à esquerda e caiu sobre as casas alguns quarteirões à nossa frente. As labaredas provocadas pela explosão iluminaram todo o céu. Assistimos a tudo de "camarote".
    Descemos correndo da torre e fomos ao encontro de meu pai, que era radio telegrafista da Vasp. Nesse momento ele já estava saindo da igreja atraido pelo barulho. Contamos a ele o que havia acontecido e ele correu até um telefone bem próximo para avisar seus colegas sobre a localização do acidente e depois foi correndo até o local. Lembro-me dele chegando em casa horas depois todo sujo.
    Muitos anos mais tarde. Exatamente em l995. Eu e meu pai estávamos no Guarujá, no restaurante Sobre as Ondas, na Pitangueiras, quando encontramos com o Renato Consorte. Nos aproximamos dele e contei sobre nossa "participação" no acidente.Ficamos todos muito felizes por termos nos "encontrado" mais uma vez. Batemos um bom papo e ele nos disse, entre outras coisas, que prá ele tudo isso parecia ter sido um sonho.
    Hoje li que o Renato, que renasceu Consorte naquele dia, se foi. Quem sabe não renasceu novamente em algum outro lugar. Tadeu do Canto - Rio Claro/SP.

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  4. Cometemos um erro. O acidente com o aviao Convair da Cruzeiro que levava o ator Renato Consorte foi no dia 3 de maio de l963 e nao em 15 de janeiro do mesmo ano. Tadeu do Canto.

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  5. Gostaria de deixar meu registro e depoimento em relação a esse acidente, justamente na data de hoje, dia 03 de maio de 2011, 48 anos após este acidente aéreo. Não por ter participado diretamente, pois nasci 10 anos após o ocorrido em 1973.
    Amanhã, dia 04 de maio de 2011, meu pai (José Rodriguez Vazquez) completará 73 anos de idade e 48 anos de casamento, pois se casou no dia 04 de maio de 1963 (dia do seu aniversário) e um dia após a queda do Convair. O casamento foi aqui no Rio de Janeiro.
    Na época e ainda hoje tenho familiares que moram em São Paulo e no Guarujá.
    No dia anterior ao casamento dos meus pais (espanhóis que imigraram para o Brasil), meu tio, irmão do meu pai, havia decidido vir de São Paulo para o Rio de Janeiro de avião sem ninguém da família saber (contrariamente ao restante da família que veio anteriormente de ônibus).
    Com essa decisão, meu tio Rafael Rodriguez Vazquez na época com vinte de poucos anos, embarcou no Convair da Cruzeiro do Sul para vir para o Rio para o casamento do irmão e infelizmente ele foi uma das 13 ou 14 vítimas fatais desse acidente.
    O casamento do meu pai ocorreu de maneira normal, mas com os familiares notando a ausência do meu tio. Porém até aquele momento poucos sabiam que havia ocorrido um acidente aéreo e ninguém sabia que ele pegaria um avião.
    Apenas uns 2 dias depois (o tempo não sei ao certo pelo que contavam meus tios), levantou-se a hipótese do meu tio Rafael estar no avião acidentado e começou-se o processo de busca dentre as vítimas do voo.
    Coube ao irmão mais velho, meu tio Manolo, fazer o reconhecimento do corpo no IML. Meu tio contou-me certa vez que ele foi a última vítima a ser reconhecida.
    Deixo esse depoimento como homenagem ao meu tio Rafael Rodriguez Vazquez que só conheci por fotos.
    José Ricardo Rodriguez

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  6. Ótimo artigo.

    Pelo visto, foi barbeiragem.

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  7. Este acidente aéreo atingiu a casa da minha avó, destruiu a casa e fez algumas vítimas inclusive a minha avó e minha tia. Não era nascina na época, mas esse acidente mudou o rumo de muitas pessoas. Meu avô ao retornar para a casa não aguentou a situação e saiu pelo mundo, abandonando a família. Os meus tios que eram crianças na época ficaram sem a mãe, a irmã mais velha e sem o pai. Resultado, a minha mãe que tinha 18 anos na época foi obrigada a parar de estudar para cuidar dos 3 irmão menores. Foram morar de favor na casa da tia. Enfim.....esse assunto até os dias atuais é algo bem triste na família....

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  8. Prezada Maria Helena:Obrigado pela correção. Realmente não era um Convair-240 e sim um 340. Continue nos escrevendo; Tadeu de Rio Claro: correta a sua correção ao blog.gostei muito da sua carta esclarecedora, inclusive sobro o falecimento do Renato Consorte, com quem trabalhei no Canal 2. Rick Jr, você além de observador deve ser uma pessoa muito correta. Parabéns aos seus queridos pais e pêsames pela morte do tio; MHSA: Lamento pelas suas queridas perdas e os transtornos que causaram a vocês. Que Deus a proteja

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